quinta-feira, 5 de junho de 2014

Gêneros textuais e letramento crítico

A disciplina da professora Glória Quélhas foi de grande importância para a ampliação de meus conceitos a respeito do tema gêneros.  Na formação inicial, voltada às questões da compreensão leitora, explorei bastante a questão do gênero pela ótica bakhtiniana. Nesse curso, pude perceber outros autores e ideias que dialogam ou contrapõem com  as ideias do filósofo russo.
Um dos textos sugeridos na bibliografia e trabalhados em sala foi o do professora Rosinda Ramos intitulado: “Gêneros textuais : uma proposta de aplicação em cursos de inglês para fins específicos , norteador da elaboração da unidade didática, requisito final para a aprovação na disciplina.
                O texto, resultante de dois workshops apresentados nos Seminários Nacionais de Inglês Instrumental em 1999 e 2000, objetiva estabelecer trabalhos com o gênero em sala de aula – nesse caso, nas aulas de línguas- a partir de um enfoque discursivo. A autora toma a definição de gêneros a partir dos postulados por Martin (1984, 2000), Swales (1990) e Bhatia (1993,2001) . Para Martin (1984:25 apud RAMOS, 2004:110) compreende gênero sob a perspectiva sistêmico-funcional de Halliday e o define como “ uma atividade direcionada por objetivos e propósitos realizada em estágios e na qual os falantes se engajam como membros de nossa cultura”.
                Por sua vez, Swales (1990 apud RAMOS, 2004: 11) compreende o conceito de gênero como “eventos comunicativos, com propósitos compartilhados por membros de um determinado grupo, ou seja, uma comunidade discursiva”. Cabe ressaltar, na definição do mencionado linguista as noções de comunidade discursiva e propósito comunicativo, que, de fato, influenciam nas eleições léxico- gramaticais presentes nos gêneros e servem de norte para a elaboração de questões.

Bhatia (1993) amplia o conceito de gênero proposto por Swales (1990) e acrescenta a possibilidade de um mesmo gênero indicar outros propósitos comunicativos pelas escolhas individuais do escritor.

Tendo em vista a discussão teórica acerca do conceito de gêneros, Ramos (2004) elenca, também, três importantes para a elaboração de atividades de trabalho com os gêneros: apresentação, detalhamento e aplicação.

Na etapa de apresentação , Ramos (2004: 118) 

Apresentação do projeto- Professora Solimar parte II

Assim sendo, as questões lançadas pela professora Solimar foram as seguintes:

1- Uso da sigla AVEA- Amibente virtual de ensino -aprendizagem. Segundo Mazardo (2004), a denominação AVEA , com a inclusão da letra E de ensino em contraponto à AVA- ambiente virtual de aprendizagem, ressalta o papel do professor no contexto da educação à distância.

2- Destreza - precisarei definir melhor esse conceito num contraste ao termo habilidade ou competência.

3- Objetivo- Situar o ensino de línguas  no EB- deu a intenção de contexto e não objetivo. Por que situar o ensino de línguas no EB? Para problematizar o deslocamento da modalidade presencial a virtual.

4- Seleção dos informantes- Quais critérios serão utilizados para a escolha dos três alunos? Idade? Região?

Algo (s) a serem pensados...

Objetivos do projeto



Considerando a justificativa do projeto, seguem os objetivos gerais e específicos de nossa investigação. 
Gerais
  • Estabelecer critérios de avaliação em podcasts produzidos por militares de carreira no Curso de Idiomas Virtual.
  • Elaborar uma rubrica de correção a partir dos critérios elencados.
Específicos

  • Caracterizar o  deslocamento da modalidade presencial a virtual situando sócio-historicamente o ensino de línguas no Exército Brasileiro.
  • Abordar questões sobre a avaliação da oralidade em ELE, com foco na produção de podcasts.
  • Problematizar o ensino de línguas mediado por computador, com destaque aos fazeres relativos à prática da destreza oral nesse contexto. 

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Língua adicional- conceito

No projeto de monografia, refiro-me ao conceito de língua adicional, em contraponto ao de língua estrangeira. Justifica-se tal escolha , de acordo com os postulados por Garcez e Schlatter (2009) pelo fato de que o termo língua adicional enfatiza “o acréscimo que a 
disciplina traz a quem se ocupa dela, em adição a outras línguas que o educando já tenha em seu 
repertório, particularmente a língua portuguesa” (p.127). Conforme nos aponta Rajagopalan (2003:70), ao adquirirmos outra língua, esta começa a fazer parte de nossa vida, sem deixa que jamais nos domine. É , de fato, um acréscimo à vida e aos conhecimentos de quem a aprende.  Assim sendo, o conceito de estrangeiro parece provocar um distanciamento do aprendiz à língua que se "deseja" aprender- porque vejo, também , a língua ser um objeto desejável em  ser apropriada. Para minha investigação, o conceito de língua adicional é mais relevante no sentido de promover um maior acercamento do aluno às nuances e estruturas da língua espanhola.

Para saber mais sobre o conceito, confira:
SCHLATTER, M; GARCEZ, P. M. Línguas Adicionais (Espanhol e Inglês). In: Rio Grande do 
Sul, Secretaria de Estado da Educação, Departamento Pedagógico. (Orgs.). Referencias curriculares 
do Estado do Rio Grande do Sul: linguagem, códigos e suas tecnologias. Porto Alegre: Secretaria de 
Estado da Educação, Departamento Pedagógico, 2009, v. 1, p.127-172.

Referência: 


RAJAGOPALAN, Kanavillil. “Língua estrangeira e auto-estima”. In: ______.
Por uma lingüística crítica: linguagem, identidade e questão ética. São Paulo: Parábola
2003, p. 65-70.

 

Trabalho final- Professor Leandro Cristóvão

O trabalho final da Disciplina do Professor Leandro Cristóvão foi direcionado à turma a partir de duas propostas: resenhas dos textos que não foram trabalhados  em aula ou a aplicação das teorias e discussões em práticas de sala de aula ou material didático. Escolhi como foco do trabalho a segunda opção, a partir do questionário do livro "Prisma Progresa B1". Vejamos o resultados final de meus escritos:

Cultura: previsibilidade comportamental? Uma análise de questionário sobre os costumes espanhóis no livro Prisma Progresa B1.
O presente trabalho tem por objetivo relacionar o questionário presente na página quinze do livro “Prisma Progresa[1]”, destinado ao ensino do espanhol como língua estrangeira no nível B1, e os postulados resultantes dos textos teóricos e das discussões durante a disciplina “Elementos Culturais no ensino de línguas estrangeiras”, ministrada pelo professor Leandro Cristóvão no curso de Latu Sensu em ensino de línguas estrangeiras, oferecido pelo CEFET-RJ (Maracanã).  
            O questionário[2], integrante da unidade um do supracitado manual didático, está elaborado da seguinte maneira: oito perguntas, de três a quatro alternativas de resposta, a partir do proposto pelo enunciado: “Contesta individualmente a este cuestionario y después comenta con tu compañero tus respuestas para tratar de averiguar cuál se adaptará más a la cultura española”.  É uma atividade, segundo o guia do professor, que objetiva trabalhar a cultura na sala de língua estrangeira (LE), uma vez que a presença do fazer cultural na obra em questão é considerada por seus autores como “primordial al desarrollo de la competencia lingüística del alumno” (Citar manual). 
A respeito do ensino de cultura numa língua estrangeira (LE)[3], Moita Lopes (2005:49), em seu artigo “Ensino de inglês como espaço de embates culturais e de políticas da diferença”, afirma ser  um verdadeiro “truísmo” a inserção dos elementos culturais de uma LE nos momentos de ensino desta.  Para o autor, a cultura, em diversas abordagens -tradicionais ou comunicativas- seria tomada como “parte do processo de ensinar uma LE” (MOITA LOPES, 2005:50) e estaria intrínseca no planejamento de diferentes contextos no ensino de idiomas. Assim sendo, a atividade parece oferecer, para os elaboradores do material didático, um espaço relegado ao cultural de modo a propiciar ao aluno um panorama acerca do modus vivendis dos falantes nativos e seria, por conseguinte, uma profícua influência no desenvolvimento da competência linguística em LE.
Passa-se, agora, à descrição do questionário e os possíveis efeitos que o mesmo, através de suas perguntas, alternativas de resposta e enunciado parecem produzir, segundo a autora deste trabalho, nas visões sobre a cultura que se oferece ao aprendiz de uma LE (no nosso caso, a modalidade estrangeira do espanhol).  
A proposta de realização do exercício é dividida em dois momentos: um, individual, com a eleição das alternativas e, o outro, grupal, através da divulgação das respostas e posterior escolha do discente que mais se adaptaria à cultura espanhola. Interessante observar o comando elencado no enunciado: quem, pelas respostas escolhidas, se aproximar mais do gabarito, seria o mais apto a adaptar-se à cultura espanhola, encarada no questionário como uma lista de “previsibilidades comportamentais”. Pelas “melhores respostas”, confere-se ao discente um status próximo ao do “falante nativo perfeito” (Rajagopalan, ano): o “não- nativo”, então,  deveria deixar totalmente a  sua cultura e  identidade  e  submeter-se a um processo de adaptação cultural para ter  os mesmos comportamentos culturais do outro. De fato, conforme nos aponta o teórico indiano, passamos, pelo processo de aprendizagem de uma LE, a ser outras pessoas, o que é considerado relevante na trajetória da “redefinição cultural”. No entanto, como nos sublinha o mesmo autor, “É preciso dominar a língua estrangeira, fazer com ela se torne parte da nossa própria personalidade; e jamais permitir que ela nos domine” (RAJAGOPALAN, ano:70, nossos grifos). Nenhum falante “não-nativo” poderia, em nossa visão,  ter a pretensão de assumir comportamentos culturais idênticos às sociedades da língua-alvo, bem como alcançar o mesmo nível de proficiência linguística dos ditos “nativos”.
Vejamos como isso se dá nas opções e comandos do questionário.
A primeira questão versa sobre o horário de chegada ao jantar: “Si te invitan a cenar a las 22:00 y llegas a las 22:20, significará...”,  e apresenta as seguintes opções: a- “que llegas a tiempo” ; b- “que eres impuntual”. A alternativa considerada “correta” na pergunta é a primeira. Mostra-se, assim, que na sociedade espanhola, o atraso é uma prática usual e ninguém se “aborreceria” caso ocorresse uma impontualidade. Será mesmo que todos os quarenta e sete milhões de habitantes, espalhados por todo o território espanhol, não considerariam um atraso a chegada de vinte minutos depois do horário acordado em um compromisso? Não haveria, conforme já dito, certa previsibilidade comportamental de todos os falantes desse país a ter a mesma reação?
Em relação a essa questão, Moita Lopes (2005:51) postula que na ideia tradicional do ensino de “cultura” de uma LE ocorrem visões fundamentalistas pelas quais os alunos passam a encarar os falantes de uma determinada língua estrangeira: haveria, assim, uma ideia subjacente “de que existe uma essência cultural que pode representar todos os usuários de uma mesma língua”. Uma visão tradicional sobre a cultura que aparenta favorecer cristalizações acerca das condutas dos nativos classificado por Moita Lopes (2005:31) como “pasteurizações”: “os americanos são assim”... “os britânicos são assado” e todos os espanhóis consideram os que chegam vinte minutos após o horário acordado, pontuais.
A questão número dois apresenta uma situação  hipotética em que  o aluno faria uso de  um meio de transporte (metrô),  e um espanhol começaria a estabelecer contato visual: “Si estás en el metro y alguien te mira, pensarás que: opção a-  es un maleducado; opção b- que quiere”ligar” contigo e opção c- que es normal que la gente mire”. O gabarito oferece como opção a resposta c. Novamente, o material “prevê” um comportamento espanhol: ser “natural” a observação de pessoas nos transportes públicos.  O motivo do olhar- por falta de educação- ou a razão de um tom de desejo sexual pela questão do “ligar” são descartados na opção: uma determinada cultura teria, desse modo, ações que seriam naturais: é normal que o brasileiro sambe, o alemão goste de cerveja, o argentino dance tango e tantos outros povos tenham em suas culturas uma essência imutável.
Semprini (1999:90), ao relatar os embates entre as visões monocultural e intercultural, afirma que estes têm alimentados diversas aporias conceituais que perpassariam os espaços intelectuais e políticos americano. Uma delas seria a oposição essencialismo versus construtivismo que,segundo a autora , é recuperada da antiguidade clássica e utilizada como argumentação do grupo multicultural às visões dos monoculturalistas acerca das identidades, etnias ou sistemas de valores. Os monoculturalistas encaram os grupos e as identidades sociais como “dados objetivos da realidade social”. Sua existência, sua homogeneidade interna, sua especificidade cultural seria um fato, aceito como tal e pouco suscetível de evolução”. (SEMPRINI, 1999:90-91) . Dessa maneira, o exercício aparenta revelar o condicionamento comportamental a que os espanhóis estariam fadados a ter nos meios públicos de locomoção: estabelecer sempre o contato visual.
Outra questão que poderia exemplificar bem uma prática “naturalizada” dos espanhóis é a questão número oito. Trata da situação de um grupo de amigos que se dirigem a um restaurante e cada um pagaria a sua própria conta: “um grupo de amigos va a un restaurante, si cada uno paga por separado según lo que ha comido y bebido, esto se considera: opção a- práctico; opção b- incorrecto;opção c- atípico e por chave a alternativa b, o que corrobora com a visão de que no mundo hispânico “quem convida , paga”.
No entanto, ao dirigir, ainda que de forma empírica, um questionamento sobre esta afirmação a um nativo, este me respondeu que tal prática tem se tornado cada vez mais complicada em tempos de crise financeira, o que colocaria em jogo a veracidade da resposta oferecida no gabarito.
Com isso, e seguindo a visão de Moita Lopes (2005: 56), conclui-se que a atividade proposta pelo manual Prisma Progresa pauta-se numa visão monocultural e homogeneizante da população espanhola. Para o teórico “Os materiais didáticos ainda são monoculturais e dão conta de uma cultura de aeroporto, como um pacote onde se apagam as contradições (...)”. O que queremos fornecer quando falamos de cultura aos nossos alunos? Um bibelô de aeroporto ou a possibilidade de problematizar práticas e abordar diferenças? Seguimos com os nossos fazeres....

Referências bibliográficas
MOITA LOPES, L. P. Ensino de inglês como espaço de embates culturais e de políticas da diferença. In: GIMENEZ, T, JORDÃO, C, ANDREOTTI, V. (org.) Perspectivas educacionais e ensino de inglês na escola pública. Pelotas: Educart, 2005, p. 49-67.
RAJAGOPALAN, Kanavillil. “Língua estrangeira e auto-estima”. In: ______.
Por uma lingüística crítica: linguagem, identidade e questão ética. São Paulo: Parábola
2003, p. 65-70.
SEMPRINI, A. O nó górdio epistemológico. In:______. Multiculturalismo.
Bauru, S.P.: EDUSC, 1999, p.81-96.



[1] BLANCO,Maria Cristina. Prisma Progresa: método de español para extranjeros – nível B1. Madrid: Edinumen, 2010.
[2] O questionário encontra-se no anexo deste trabalho. Foram recortadas algumas  questões  com o objetivo de relacionar as teorias apresentadas durante o curso de “Elementos culturais no ensino de línguas estrangeiras” às perguntas , alternativas e ao enunciado propostos na atividade.

Apresentação do projeto- Professora Solimar

No dia vinte e sete de maio de 2014, realizei a apresentação do meu projeto de pesquisa diante dos colegas da pós-graduação, do então coordenador do curso Antonio Ferreira  e da Professora Solimar Barbosa, da UNIGRANRIO, a avaliadora do meu projeto.  Este momento representou um grande avanço em minha trajetória acadêmica, visto a mesma ter sido muito solícita e aberta ao meu trabalho e , também, por traduzir os esforços de um ano e meio de estudos e trabalhos com a EAD. De forma a visualizar melhor as contribuições gentilmente cedidas pela professora Solimar, registro aqui os tópicos do Power Point apresentados na ocasião. Após, farei os comentários relevantes oferecidos pela docente:


1- Motivação/Justificativa:

üDocente de espanhol como língua adicional (Garcez, 2009) do nível A1 no  Curso de Idiomas Virtual (CIV).
üO CIV tem por público-alvo os militares de carreira da Força Terrestre brasileira, presentes nos 27 estados do país. O acesso, permitido apenas aos alunos participantes e tutores, é realizado através do seguinte endereço eletrônico: www.civ.ensino.eb.br
 üAmbiente virtual de ensino-aprendizagem (AVEA)- porque? Em qual justificativa?: “Única opção” para ser docente.  Dividido em oito unidades de aprendizagem, nas quais se encontram  atividades que objetivam desenvolver as quatro destrezas linguísticas, além de uma seção intitulada “práctica de gramática”.
üNecessidade de envio de feedback (em português- retroalimentação)- termo adotado pelo curso para a “correção” das produções dos alunos, tendo em vista a questão sócio-interativa na aprendizagem colaborativa.
üDestreza oral  foco da presente investigação.
üAs atividades de prática da destreza oral  são configuradas da seguinte maneira: duas são destinadas ao momento síncrono com o tutor através de uma webconferência, e duas são realizadas através da produção de podcast.  Os alunos do CIV, em qualquer um dos idiomas a serem eleitos, realizam semanalmente e, durante uma hora, um encontro síncrono não presencial com o tutor por meio da ferramenta Adobe Connect, que propicia a execução de uma webconferência. Nesses momentos, os alunos interagem entre si e com o tutor  através de câmeras e recursos de áudio,  fato  que parece estimulá-los à presença e à participação nas “aulas virtuais”. 

üPodcast - objeto de análise desta investigação.

üO termo é cunhado, segundo Moura e Carvalho (2006), em 1994 por Adam Curry, apresentador da MTV.

üResultante da soma das palavras Ipod (dispositivo de reprodução de áudio e vídeo da empresa norte-americana Apple) e Broadcast (método de transmissão ou distribuição de dados).

üPara o presente estudo, conceitua-se podcast como a propagação de qualquer arquivo de áudio (normalmente MP3) através da rede, ainda que não seja um compartilhamento massivo a vários usuários da internet, que, no locus de observação, ocorre apenas entre o aluno e o tutor.   
üNa observância do crescente uso dos recursos tecnológicos no ensino de línguas, bem como o deslocamento da modalidade presencial dos estudos idiomáticos aos espaços virtuais, a possibilidade de produzir podcasts aparenta corroborar com a prática da destreza oral devido à sua natureza assíncrona: a gravação pode ser realizada a qualquer momento sem a necessidade da presença do tutor.  Geralmente, no decorrer de um curso virtual, o participante possui poucos momentos de interação oral síncrona com  esse sujeito, o que torna a produção do material de áudio uma alternativa profícua para a expressão oral do aluno, fato que também se observa no CIV.
üA necessidade de envio de feedback alcança, também, os podcasts.
ü pouco entendimento do aluno quanto ao feedback fornecido.

üEm um levantamento empírico com os tutores de espanhol  sobre o fornecimento do feedback , alguns focalizam mais a questão da pronúncia – aspectos segmentais e suprassegmentais. Outros, mais a parte do conteúdo de realização da atividade.


Tema:

üA definição de critérios de avaliação de podcasts  de espanhol  produzidos  por militares de carreira do Exército Brasileiro a partir de atividades  propostas nas unidades de aprendizagem do Curso de Idiomas Virtual (nível A1).

Problema:

üConsiderando o podcast como recurso auxiliar no desenvolvimento da destreza oral a partir de atividades presentes nas unidades de aprendizagem, fazem-se os seguintes questionamentos:

üQue critérios devem ser elencados pelo professor no momento da avaliação do material gravado?

üComo oferecer ao aluno um feedback relevante a respeito do podcast produzido para que este possa compreender as idiossincrasias de sua produção comparadas à língua espanhola?

Hipóteses
üA partir das considerações dos alunos e do levantamento empírico realizado com os docentes, é possível inferir que o feedback dos podcasts deveria contemplar dados concernentes à relação  que esta produção estabelece com a atividade solicitada na unidade, assim  como intervenções na pronúncia do aluno, seja em sua articulação fonética ou em aspectos suprassegmentais. Além disso, o feedback escrito pelo professor,  sinalizando os desvios de pronúncia pelos símbolos fonéticos, como é dado atualmente pela maioria dos docentes do curso,   parecem não corroborar com o entendimento do aluno, uma vez que este, em muitas das vezes,  interroga o professor a respeito de seus  “erros de fala”. Diante disso, o feedback poderia ser oferecido de forma gravada (em relação aos “desvios fonéticos”), tendo no apoio de uma rubrica escrita a disposição de outros critérios a serem investigados no presente estudo. 

Objetivos:

Gerais
üEstabelecer critérios de avaliação em podcasts produzidos por militares de carreira no Curso de Idiomas Virtual;
üElaborar uma rubrica de “correção” a partir dos critérios elencados.
Específicos
üSituar sócio-historicamente o ensino de línguas no Exército Brasileiro;- investigar o deslocamento do contexto presencial ao virtual.
üAbordar questões sobre a avaliação da oralidade em espanhol, com foco na produção de podcasts;
üProblematizar o ensino de línguas mediado por computador, com destaque aos fazeres relativos à prática da destreza oral nesse contexto. 

Procedimentos Metodológicos:

Tomam-se por procedimentos metodológicos as seguintes fases: na primeira etapa, será realizada a pesquisa bibliográfica  acerca dos temas que compõem  este estudo. Caracteriza-se esta investigação, de acordo com as justificativas arroladas na introdução, como uma pesquisa-ação (Tallei, 2009), posto  que, a partir dos resultados obtidos, serão desenvolvidas novas práticas docentes no locus de observação desse estudo. Nessa etapa qualitativa, serão realizadas  entrevistas com oficiais da Força Terrestre responsáveis pelo CIV, bem como com sujeitos que se envolveram no estabelecimento do ensino de línguas no Exército Brasileiro. A etapa qualitativa também abarcará a aplicação de questionários direcionados a três tutores e três alunos para mapear o estado da arte de nosso problema: como esses sujeitos veem o atual fornecimento do feedback em relação aos podcasts gravados? Em seguida, serão recortadas três atividades presentes nas unidades do nível A1 do curso de Língua Espanhola, que servirão de base para a disposição dos critérios.  Segue-se com a análise dos dados das entrevistas e questionários e, pelos  resultados desses dados e da pesquisa bibliográfica, serão descritos os critérios de avaliação dos podcasts . Por fim, há a confecção da rubrica de “correção” e as conclusões a respeito da investigação desenvolvida. 




quinta-feira, 8 de maio de 2014

Podcast ou gravação de áudio: o fim de uma saga conceitual

Na busca pelo feedback relevante sobre os materiais gravados de meus alunos, por diversas vezes, ao longo da formulação do projeto de pesquisa, não sabia bem como conceituar o material: podcast ou gravação de áudio? Uma saga conceitual....


Vamos às definições encontradas:


"Podcast é o nome dado a uma página, site ou local onde os ficheiros de áudio 
estão disponibilizados para download; podcasting caracteriza-se como o ato de gravar 
ou divulgar os ficheiros na Web e podcaster é o indivíduo que produz, o autor que grava 
e desenvolve os ficheiros no formato de áudio "(Bottentuit Junior & Coutinho, 2007). 

"Podcast é o nome dado ao arquivo de áudio digital, frequentemente em formato MP3 ou AAC (este último pode conter imagens estáticas e links), publicado através de podcasting na internet e atualizado via RSS. Também pode se referir a série de episódios de algum programa quanto à forma em que este é distribuído". (Wikipedia)

 Para nós, podcast é melhor definido como o próprio arquivo de áudio, publicado e disponível 
para download, “um ficheiro áudio digital” (Carvalho, 2010). Nesse sentido, propomos 
nossa discussão em torno do podcast como uma das mais recentes configurações entre 
os formatos sonoros disponíveis na web". (Furtoso e Gomes, 2008)

Apesar da definição de Bottentuit Junior e Coutinho versarem a respeito do podcast como página ou site repositório de arquivos de áudio, seguimos o pensamento de Furtoso e Gomes (2008), no qual aborda que o podcast seria o próprio arquivo de áudio, publicado e disponível para o download do professor. Ainda que a publicação  e distribuição do podcast em nosso locus de pesquisa não seja  de forma massiva e atualizada por um feed RSS¹, o conceito podcast alcança as produções dos alunos: estes  produzem o material e o compartilham com o professor. Há , portanto, um compartilhamento mesmo que de forma unidirecional e, por este argumento, pode-se enquadrar as gravações dos alunos como podcasts. 


¹ Um feed RSS permite a "assinatura" digital a algum conteúdo a ser seguido na rede. Quando há alguma atualização de conteúdo vinculado a uma página.,ocorre, através do feed, um envio de notificação - geralmente por e-mail- ao assinante do conteúdo.