O maior desafio da semana de 14 a 18 de outubro é a delimitação de meu tema/problema/ hipótese de trabalho, bem como manter o blog atualizado em meio a tantos fazeres pessoais e profissionais. Mas, como sigo o dito corriqueiro do meio militar:"missão dada é missão cumprida", não ouso em desanimar.
Sendo a investigação científica considerada sistemática e objetiva (VALENTIM, 2005), cabe delegar uma atenção especial aos instrumentos que possibilitam tal processo. Um deles é a entrevista, abordada por Miguel (2009) em seu texto "A entrevista como instrumento para investigação em pesquisas qualitativas no campo da Linguística aplicada".
Conhecendo um pouco da autora:
Fernanda Valim Côrtes Miguel
Possui graduação em Letras pela Universidade Estadual de Campinas (2008) e em Comunicação social e jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (2006), mestrado em Linguística Aplicada pela Universidade Estadual de Campinas (2009) e doutorado em andamento em Estudos Literários pela Universidade Federal de Minas Gerais. Atualmente é professora assistente da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri. Tem experiência na área de Letras, Linguística e Artes, com ênfase em Literatura contemporânea brasileira e latino-americana, cinema e linguagem, atuando principalmente nos seguintes temas: Literatura e políticas do contemporâneo, Literatura comparada, práticas socioculturais e discursivas de mobilização dos textos literários e educação no contexto do Vale do Jequitinhonha. (Texto informado pelo autor)
Segundo informações presentes na Plataforma Lattes, a pesquisadora atua em linhas de investigação de Formação e Prática Docente, Letramento, Leitura e Escrita, Literatura, cultura e Fronteiras do Saber e Literatura e Estudos da Performance.
Trago nesta publicação a discussão da parte que me coube ao seminário de Introdução à Pesquisa em Letras:
Nos parágrafos iniciais, a autora traz à baila o motivo de escolha pela entrevista enquanto instrumento estrutural de sua pesquisa de mestrado e afirma ser esta eleição afastada de intenção meramente "casual". Nessa opção metodológica , Miguel (2009) aponta um atravessamento de questões do próprio fazer científico na área de Ciências Humanas e caracteriza-o como um desafio "curioso", dada as especificidades subjetivistas do objeto de estudo :o homem.
A substituição da perspectiva verificacionista a interpretativa (ou interpretativista, sob a ótica de Moita Lopes (1994 apud Sá 2001) - "na qual se busca a compreensão, valoriza-se a interpretação e se reconhece a centralidade da linguagem nos processos de objetivação", ressalta a discussão em meio a re-significação do olhar científico dos estudos da linguagem e , em particular, do campo da Linguística Aplicada. A partir da ótica interpretativa , a pesquisa passaria a ser uma "prática social reflexiva e crítica", um intento de construção coletiva que demanda uma posição crítica do pesquisador (e não um mero observador neutro de fatos a serem testados /comprovados/refutados) (Sá,2001).
Miguel (2009) conceitua a natureza de sua investigação como qualitativa e interpretativa, posto que não objetiva a delimitação de amostras representativas, mas a abordar os critérios de escolhas dos participantes e ao entendimento da significação construída a partir das visões sobre os contextos sócioculturais dos fazeres rotineiros. Na visão de Moita Lopes (1994), esse modo de proceder com os estudos científicos seria o mais adequado, para"dar conta do fato de que a linguagem é, ao mesmo tempo, condição para a construção do mundo social e caminho para compreendê-lo".
A pesquisadora traz a seguinte afirmação sobre método , na visão de Oliveira (1998): "o bom método seria aquele que permitisse reconhecer o maior número de coisas com o menor número de regras". Porém, na visão de Miguel (2009),os fazeres no campo das Ciências Humanas podem elucidar resultados mais complexos e satisfatórios quando se relacionam a outros escopos do saber e confere às investigações o caráter interdisciplinar (CHAUÍ, 1994). Vale destacar que a citada característica é apontada por Moita Lopes (1996: 20) ao elencar os pontos sobre o percurso da pesquisa em LA ( lugar teórico no qual Miguel (2009) inscreve seu fazer-científico): "A Linguística Aplicada tem como uma de suas tarefas no percurso de uma investigação mediar entre o conhecimento advindo de várias disciplinas (por exemplo psicologia, educação, linguística, etc.) e o problema de uso de linguagem que pretende investigar".
Alem disso, Miguel (2009) apresenta seu objeto de estudo - a produção e a recepção do gênero crítica cinematográfica- e assinala a conduta do Linguística Aplicado frente aos seus objetos de pesquisa , numa busca da descrição de modos de inserção e funcionamento dos materiais escritos (só escritos?) no campo sociocultural e político (SIGNORINI, 2001,p.10) a fim de aclarar não só as condições de produção e circulação,mas também as prática sociais inerentes aos referidos materiais e o que os aportaria significação.
Por fim, a autora conceitua a entrevista como um instrumento "dinâmico, flexível e criativo, capaz de fornecer maior contribuição diante dos objetivos gerais e específicos" (MIGUEL,2009:sp) a serem alcançados em sua investigação de Mestrado.
Alem disso, Miguel (2009) apresenta seu objeto de estudo - a produção e a recepção do gênero crítica cinematográfica- e assinala a conduta do Linguística Aplicado frente aos seus objetos de pesquisa , numa busca da descrição de modos de inserção e funcionamento dos materiais escritos (só escritos?) no campo sociocultural e político (SIGNORINI, 2001,p.10) a fim de aclarar não só as condições de produção e circulação,mas também as prática sociais inerentes aos referidos materiais e o que os aportaria significação.
Por fim, a autora conceitua a entrevista como um instrumento "dinâmico, flexível e criativo, capaz de fornecer maior contribuição diante dos objetivos gerais e específicos" (MIGUEL,2009:sp) a serem alcançados em sua investigação de Mestrado.
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